Naufrágio de iate. Avança inquérito por homicídio por negligência

por Cristina Santos - RTP
Conferência de imprensa das autoridades italianas sobre abertura de inquérito por homicídio. Reuters

O promotor italiano do caso, em conferência de imprensa, admitiu que as vítimas mortais podem não ter conseguido escapar do iate porque estavam a dormir. O naufrágio ao largo da Sicília provocou a morte de sete pessoas, incluindo a do magnata britânico da tecnologia Mike Lynch e da filha.

O responsável pelo Ministério Público, Ambrogio Cartosio, anunciou a investigação e afirmou que, por enquanto, não é dirigida a alguém em especial. Já o procurador que lidera a investigação, Raffaele Cammarano, adiantou que alguns passageiros “estavam a dormir enquanto os outros” estavam acordados.

Questionado se, no momento do naufrágio, haveria alguém para lançar o alerta, Cammarano assumiu que “é precisamente isso que estamos a tentar apurar a partir das declarações feitas durante o interrogatório dos sobreviventes”. É “um ponto essencial no inquérito, obviamente”.

Foto: Reuters

Sete pessoas morreram quando o iate, de 56 metros de comprimento, virou durante uma forte tempestade, antes do amanhecer de segunda-feira, perto de Porticello, perto de Palermo. Quinze pessoas sobreviveram, incluindo o capitão do iate e a mulher do magnata britânico, cuja empresa era proprietária do Bayesian. O capitão James Cutfield e os outros sobreviventes foram interrogados esta semana pelas autoridades que adiantam que Cutfield foi "extremamente cooperativo".

Nesta altura, retirar o iate do mar pode ajudar os investigadores a determinar o que aconteceu, mas a operação promete ser complexa e cara. Os destroços estão aparentemente intactos de lado, a uma profundidade de 50 metros. “É do interesse dos proprietários e gestores do navio salvá-lo”, adiantou o responsável pelo Ministério Público e acrescentou que “garantiram a sua total cooperação”.

Quanto à permanência em Itália, não há obrigação legal de o capitão, a tripulação e os passageiros permanecerem no país, mas as autoridades esperam cooperação com o inquérito.


Foto: Reuters

O naufrágio intrigou os especialistas navais, que afirmam que um iate como o Bayesian, construído pelo fabricante italiano de iates de luxo Perini, deveria ter resistido à tempestade e, de qualquer forma, não deveria ter afundado tão rapidamente como aconteceu.

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